JOHN MAWE

Mineralogista inglês: 1764-1829. Obra: "Viagens ao interior do Brasil, principalmente aos distritos do ouro e dos diamantes: 1809-1810". Esteve em São João del-Rei em 1809.

Crítica: Apesar de comerciante arguto, "Mawe é ao mesmo tempo inteligente, malévolo e mentiroso. Muda o curso dos rios, cria cidades onde nunca existiram, desfigura todos os nomes, arvora em capital uma simples fazenda" (João Domas Filho). "A pobreza relativa do seu livro provém da objetividade de seu interesse" ( Francisco Iglésias).

São João del-Rei, capital do distrito do mesmo nome, é uma cidade importante com cinco mil habitantes no mínimo. Está situada perto do Rio das Mortes, que corre ao norte, e se lança no Rio das Velhas. O terreno em torno e muito fértil e produz excelentes frutos, tanto exóticos como indígenas, assim como milho e feijão, um pouco de trigo etc. E a parte mais cultivada da Comarca, da qual é o celeiro; ai fabricam sofrível quantidade de queijo e toucinho muito mal preparado. Estes dois artigos são enviados ao Rio de Janeiro. Daí mandam muitas aves, um pouco de cachaça, açúcar e café. Os viveres são mais baratos do que em Vila Rica. A carne de porco e de vaca custam um penny e uma libra; as aves e as hortaliças, na mesma proporção. (...) Cultiva-se um pouco de algodão; que se fia à mão e com o qual se fabrica panos grosseiros para os negros; algumas vezes fazem dele panos mais finos para mesa. As senhoras de São João del-Rei gostam muito de fazer renda, e são consideradas mais cuidadosas com coisas domésticas do que as das outras cidades; muitas descendem dos paulistas, tão célebres por seu espirito de ordem e, economia (Viagens ao interior do Brasil I8O9-181O. Belo Horizonte : ltatiaia; São Paulo: Edusp, 1978).


Texto retirado do livro "Santos Negros e Estrangeiros" de Antônio Gaio Sobrinho.

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Críticas e Dúvidas

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