J. B. VON SPIX e K. F. VON MARTIUS

Zoólogo alemão: 1781-1826 e Botânico alemão: 1794 e 1826. Obra: Viagem pelo Brasil 1817-1820. Estiveram em São João del-Rei em 1818.

Crítica: "O livro deixado por Spix e Martius goza de reputação especial em face de seus atributos como narrativa de viagem, como inventário científico da natureza local e como depoimento fiel, colorido e vivo" (Basílio de Magalhães).

Como os ingleses, o mineiro faz muita questão de grande asseio no trajar e do terno branco, sobretudo nos dias de festa. O seu traje nacional de uso comum difere do dos paulistas. Em geral ele traja jaqueta de chita ou de veludo cotelão preto, colete branco com botões de ouro, calças de veludo ou de pano de Manchester e botas compridas de couro, não tingido, que são atadas acima do joelho com fivelas; o chapéu de feltro com abas largas serve de guarda-sol; a espada e, não raro a espingarda, além do guarda-chuva, são seus companheiros inseparáveis, desde que sai de casa. As viagens, mesmo as mais curtas não as fazem senão montados em mulas. Estribos e freios são aqui de prata, e do mesmo metal é o cabo do facão que eles escondem na bota. As mulheres viajam em liteiras carregadas por bestas ou negros, ou se sentam numa cadeirinha segura às costas de mulas, vestidas com larga amazona azul e chapéu redondo. No mais, excetuando a cabeça, que é protegida apenas por guarda-sol, elas vestem-se á moda francesa, tendo a bainha de baixo da saia branca não raro guarnecida com flores, bordados ou estampados, ou mesmo com galantes versos (Viagem pelo Brasil. Trad. do IHGB. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1938. p. 171).


Texto retirado do livro "Santos Negros e Estrangeiros" de Antônio Gaio Sobrinho.

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Críticas e Dúvidas

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