GREGORY IVANOVITCH LANGSDORFF

Cientista alemão, naturalizado russo. Cônsul geral da Rússia: 1774-1852. Seu nome alemão era Georg Heinrichi von Langsdorff. Obra: Diários. Esteve em São João del-Rei em 1824.

Crítica: "Pode ser considerado um precursor da conservação do meio ambiente no país: há 170 anos ele já pregava o desenvolvimento auto-sustentável" (Celina Côrtes). "Financiada pelo czar Alexandre I da Rússia, a expedição resultou num dos mais ricos estudos sobre a flora, a fauna e a vida econômica e social do Brasil do começo do século XIX, (Susi Aissa). "O coração de Langsdorff pertencia completamente ao Brasil. Era aqui que ele desejava viver o resto de sua vida" (Bons Komissarov).

Infelizmente Langsdorff, vitimado pela malária, acabou louco e não pôde completar sua expedição nem publicar os resultados de suas pesquisas. Em seus diários, porém, encontram-se informações sobre as minas de ouro nos arredores de São João, onde visitou uma fabrica de chapéus e conheceu o juiz intendente, chefe da fundição de ouro, José Cesário Miranda. Informa também sobre confecções de tecidos de linho e descreve algumas fazendas, como a de Hipólito, nas proximidades de São José del-Rei. (Sua obra, inclusive o diário, está sendo editorada pela Academia de Ciências da ex-URSS e pela UNB no projeto: Langsdorff de Volta).

Desenhista alemão: 1802-1858. Obra: Viagem pitoresca através do Brasil (1835). Esteve em São João del-Rei em 1824, na comitiva liderada pelo Barão de Langsdorff.

Crítica: Desligando-se de seus companheiros, Rugendas pôs-se a viajar por sua própria conta, palmilhando todo o país a fixando em maravilhosos desenhos os costumes de nosso povo e os aspectos de nossa natureza.

São João está situada ao pé de uma encosta de montanha nua e rochosa e a cavaleiro do córrego do Tijuco, o qual desemboca mais adiante no Rio das Mortes. Há aqui um contraste impressionante: de um lado, a brancura, a limpeza das casas da cidade, a rica vegetação que cerca as residências dispersas pela encosta das montanhas e pelos vales vizinhos; de outro, rochedos sombrios e uma região árida e selvagem. Isso dá à cidade um encanto particular, que se acresce ainda da atividade de seus habitantes. Todas as ruas são calçadas, as lojas bem providas de mercadorias européias, de fazendas e artigos de luxo. Não faltam operários de todos os ofícios e os painéis que se vêem em algumas igrejas ricas e belas revelam, mesmo, a existência de artistas indígenas. Embora haja ouro nas proximidades de São João, e a cidade possua uma fundição, e seja residência dos empregados das minas, ela (leve seu bem-estar e seus 8.000 habitantes principalmente ao comércio mantido pela passagem das tropas do interior e sobretudo de Favinha e Tamanduá; essa passagem de tropas assegura também os meios de exportação para o litoral. Por selvagens que pareçam as vizinhanças de São João, as plantações dispersas nos vales próximos fornecem grande quantidade de frutas, de legumes, de milho e de pisang. Produzem também tabaco, açúcar e um pouco de lã, ao passo que as montanhas mais afastadas, e as pastagens, abastecem o mercado de São João de gado, porcos, carne-seca e toicinho. Dai são esses artigos levados para o Rio de Janeiro, São Paulo, e outros lugares da costa, donde as tropas trazem, na volta, mercadorias da Europa: sal, vinho e azeite (Viagem pitoresca através do Brasil. Trad. de Sérgio Milliet. São Paulo: Ed. Martins; Brasília: INL, 1976. p. 68 ).


Texto retirado do livro "Santos Negros e Estrangeiros" de Antônio Gaio Sobrinho.

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Críticas e Dúvidas

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